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Por muito que o queiramos negar, vivemos numa sociedade preconceituosa que com a sua concupiscência aponta defeitos, discrimina e rejeita sem considerar os sentimentos e emoções. Um factor dessa discriminação é a religião. Outro é precisamente a raça. Importa, pois, questionar, à luz da Bíblia Sagrada, qual a origem das raças.
Em primeiro lugar devemos notar que a Bíblia nunca faz qualquer distinção entre as pessoas pela sua "raça". Aliás, a palavra raça no sentido discriminatório teve a sua origem nas doutrinas evolucionistas (inicialmente apresentadas por Darwin), segundo as quais a raça negra era mais próxima dos antropóides do Caucasiano.
Na Bíblia lemos que Deus "de um só fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra" (At. 17:26). Ou seja, todos os homens e mulheres constituem uma só geração, um só povo no seu sentido mais lato, pois Deus criou apenas um homem e uma mulher - Adão e Eva (Gn. 1:27). Toda a humanidade surgiu desses nossos primeiros pais e depois pela família de Noé. A distinção bíblica opera-se somente entre grupos nacionais e especialmente nas línguas, cuja diferenciação ocorreu aquando da construção da torre de Babel (Gn. 11:7-9). Jamais lemos na Bíblia que a cor da pele ou qualquer outra característica física constitua objecto de distinção.
Uma vez terminado o dilúvio, os descendentes de Noé - Sem, Cão e Jafé - multiplicaram-se e encheram a terra (Gn. 10). Os descendentes de Sem deram origem aos povos semitas (Elamitas, Assíria, Caldeus, Ásia Menor, Síria, Árabes, Jordanos, Libaneses e Israelitas). Por sua vez os descendentes de Cão habitaram nas zonas do actual Egipto, Etiópia, Arábia e África. Finalmente os descendentes de Jafé constituem os povos citas, russos, europeus, arménios, hindus, persas, latinos, celtas, eslavos, escandinavos, anglo-saxões e teutões. (Para maiores desenvolvimentos, cfr. Árvore Genealógica publicada no Refrigério, n.º 42, de Março/Abril 1994, p. 16).
Ou seja, o modelo criacionista apresentado pela Bíblia postula uma mistura "racial" da população com um elevado potencial biológico de variação (não evolução). Enquanto que os grupos familiares estavam isolados pela barreira da linguagem após a confusão das línguas (Gn. 11:9), vários factores ambientais permitiram o desenvolvimento de traços especiais, já presentes no DNA mas ainda não exteriorizados), conjugados com a supressão ou desfavorecimento de outros genes codificados para outras características.
Falando do ponto de vista genético, não há praticamente diferenças entre as "raças" do planeta. Todos são da mesma espécie, são férteis entre si, produzem descendentes da mesma forma e com o mesmo potencial de crescimento e desenvolvimento social, cultural, intelectual e espiritual. A diferença mais notada está na cor da pele, porém factualmente, todos somos da mesma cor; apenas alguns povos exteriorizam um pouco mais da camada epidérmica. Na verdade, a tonalidade da pele depende essencialmente da quantidade da substância denominada melanina; quanto maior quantidade, mais escura é a pele. É por isso que os descendentes de uma mistura racial podem tornar-se pais de crianças que podem variar desde o muito escuro ao muito claro ou qualquer tonalidade intermédia.
Os preconceitos, a perseguição e o ódio racial são a consequência directa da aplicação do ensino evolucionário. O cristão, por sua vez, crendo firmemente nos ensinos que o Senhor lhe legou não pode, de forma alguma, admitir pensar de forma racista ou xenófoba. O Senhor Jesus, com toda e absoluta certeza, não o fez. A cor da pele do Senhor Jesus poderia ser qualquer uma, uma vez que o Seu objectivo era morrer por todos os homens de forma a prover para todos os homens a oportunidade de beneficiarem do dom da vida eterna. O Senhor amou o mundo de tal maneira... (Jo. 3:16) para que todo aquele que nEle crer tenha a vida eterna ! Ele diz que quer que todos venham a arrepender-se (2Pe. 3:9).
Lemos, por sua vez, que no dia de Pentecostes em que a Igreja nasceu (At. 2) o Evangelho foi anunciado a vários povos, de diferentes lugares, culturas e cor de pele, tais como, os da Mesopotânia, Judeia, Capadócia, Ponto, Ásia, Frígia, Panfília, Egipto, Líbia, cretenses, romanos e árabes. Tempos depois, o eunuco etíope, com cor de pele diferente dos judeus, creu, recebeu o Senhor Jesus e nesse mesmo instante foi baptizado (At. 8:26-39).
Podemos pois concluir que, como a Bíblia o afirma, "Deus não faz acepção de pessoas" (cfr. Dt. 16:19; At. 10:34; Rm. 2:11; Ef. 6:9 e 1Pe. 1:17). O céu será habitado por "uma grande multidão ... de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas (note-se que não se menciona a palavra raça, porque para Deus não há essa distinção), que estavam diante do trono, e perante o Cordeiro, trajando vestidos brancos e com palmas nas suas mãos" (Ap. 7:9), todos redimidos pelo Seu sangue.
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